Do Campo de Pesquisas, para Taubaté, à Diretoria do Tietê, às Barragens, ao Parque Ecológico e enfim Registro: Jorge Lane F. do Valle.

18/10/2011 às 18:31 | Publicado em Sem categoria | 1 Comentário
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Exímio conhecedor do DAEE, Jorge Lane Ferreira do Valle, admitido em 1973 aos 15 anos, nascido na cidade de Pindamonhangaba, no Vale do Paraíba, conhece muito bem o DAEE, pois se criou no Campo de Pesquisas em Pindamonhangaba, já que sua mãe, servidora originária da Secretaria da Saúde migrou para o DAEE e seu pai vigia (Manoel do Valle) trabalhava no Campo de Pesquisa.

Conhece o campo de pesquisa desde 1959, ano em que nasceu. Esta era uma unidade para realização de estudos hidroagrícolas, para fins de produção de sementes para o Estado. As grandes empresas como Cargil, entre outras se utilizavam destas pesquisas para melhorar sementes de arroz, feijão, etc.

Segundo ele, o Triticale – hibrido do trigo e centeio, que é uma farinha de baixo custo, foi desenvolvido neste local.

Perguntei se era uma espécie de piloto do que se tornaria hoje a EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, que realiza pesquisas na área de agricultura, e ele disse que era mais ou menos isto. 

Cita com orgulhos grandes profissionais que lá atuaram como os agrônomos: José Vespasiano de Abreu, Geraldo Guimarães, Roberto Leite, José M. dos Santos este último com uma visão e atuação totalmente humanista em tudo que fazia, mas todos experts como profissionais. No caso do Dr. Geraldo Guimarães foi estudar no Japão sobre o arroz irrigado, trazendo informações importantes ao Brasil sobre o assunto.

Comenta também sobre outro profissional como o motorista Geraldo Casagrande que fazia milagres reproduzindo maquinas e consertando coisas que nem o professor pardal conseguiria.

Mas tendo começado como trabalhador braçal em Pinda, após ter feito concurso para continuo porteiro, foi transferido para atuar em Taubaté para ajudar na copa servindo café.  O Diretor na época era Agenor Ronconi.  Seu chefe Paulo Bispo, um negro, muito sábio e ponderado que o orientava sempre a ter equilíbrio nas suas ações comentando quando este ia reclamar de alguma injustiça na ótica dele: “você tem toda razão, mas ele tem a força, então vamos equilibrar”.

Continuou seus estudos começando um curso de eletrotécnicos no ensino médio. O curso é destinado à área de telefonia e elétrica.

Por isto, pelo curso voltou para o Campo de Pesquisas para trabalhar com o pessoal da área hidroagrícola, trabalhando na área elétrica.

Fez novamente concurso interno para escriturário e voltou a Unidade de Taubaté e depois foi transferido para Diretoria do Tietê em São Paulo, especificamente na Rua Vieira de Carvalho para atuar no escritório.

Depois de um tempo, foi convidado a ir para Ponte Nova, já que era a mesma diretoria, auxiliar na construção da Barragem do Jundiaí. Neste local ficou sabendo que como o Parque Ecológico do Tietê estava sendo implantado e como às mudas de plantas estavam vindo do campo de pesquisas, precisavam de alguém que recebesse estas mudas e as catalogasse. Ele foi indicado para função, portanto foi transferido pro Parque Ecológico do Tietê em Guarulhos.  Seu chefe Cortona.

Após um tempo no PET – Parque Ecológico do Tietê retornou a atuar em Taubaté na área hidroagrícola, sob a supervisão de Roberto Leite.  Depois foi trabalhar com Eng. José Mauro com os polders.

Neste período conciliou manutenção elétrica da sede, alta tensão, parte telefônica do prédio, e os serviços citados acima, além de atender escolas da região.

Em 1983, foi convidado pelo Dr. Nelson Nashiro a ir completar a equipe da BRB – Registro, que precisava de uma pessoa com o perfil dele. Na época ele estava estabilizado com a família, pois além do salário do DAEE, lecionava em duas escolas.

A ida a Registro, os fez passar por um período de sufoco e dureza, mas que valeram à pena, pois a família se fortaleceu. Ele durante este período fez faculdade de matemática, fez uma pós graduação e especialização em álgebra e retornou a dar aulas.

Lane, como é conhecido atua na Rede Telemétrica e na recém-inaugurada Sala de Situação, que tem por objetivo o controle dos dados hidrológicos da região.

A Rede Telemétrica tem 03 postos nas cidades de Ipiranga, Eldorado, Registro, Juquiá.  Há ainda postos protótipos, onde ele é o responsável por cuidar dos polders, das casas de maquinas, das instalações elétricas de toda a bacia e da rede telemétrica.  Infelizmente houve muita perda de polders, mas independente da vontade deles.

O alerta da sala de situação é dado com 70 horas de antecedências, a tempo de salvar vidas e não correrem riscos.  Os dados climáticos são observados, analisados, para não alarmar, informar somente o que é seguro, alertar com previsão o mais próximo da realidade, a responsabilidade deste trabalho é enorme.

Lane é uma figura interessante, podem-se ficar horas conversando com ele, costuma elogiar a atuação dos colegas de trabalho, independente do cargo deles, tem boa conversa, é uma pessoa espiritualizada, ponderado, gosta do que faz, veste a camisa, conhece bem a estrutura do DAEE, uma vez que passou por diversas Diretorias e áreas, está numa atividade hoje que está dentro da missão da Autarquia, e além de tudo procura fazer sempre mais do que lhe pedem, pois é assim que sempre atuou, e com certeza não vai mudar aos seus 53 anos de idade.     

Terminamos nossa conversa falando da infância no campo de pesquisas, onde as famílias que hoje ainda têm herdeiros atuando no DAEE, além de trabalharem lá criaram laços de amizade, pois ao final do dia, havia brincadeiras de roda, violão, serenatas, e como televisão naquele tempo era raro, eles se revezavam para ver TV nas duas únicas casas que tinham o aparelho.  Havia muita união entre as famílias. 

Terminamos, considerando que seria muito bom se nossas famílias brasileiras continuassem com estes bons hábitos.

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  1. conheci Jorge em 1975 em Pinda. Eu, primeiro anista de M. Veterinária da USP, estagiando no Centro de Pesquisas de Pinda e ele, morador local. Feliz fiquei de saber que Jorge continua a mesma pessoa que nos recebeu tão bem, tão solícito e de uma alegria contagiante. Que uma noite nos levou à um recital de piano num convento( ou colégio de freiras), e que guardo na memória como um evento dos mais agradáveis de minha vida.


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